(La adieux à la Reine, Dir: Benoît Jacquot – 2012)
Lá no início do ano passado, quando saiu a seleção do Festival de Berlim, fiquei animado com Adeus, Minha Rainha, pois eram Lea Seydoux, Diane Kruger e Virginie Ledoyen num clima meio bate xota e isso é coisa pra animar qualquer um. Porém, Adeus, Minha Rainha é um grande af.
Mas o filme é assim: Luís XVI anda fazendo umas merda lá com a galera da França e com isso sua digníssima esposa Maria Antonieta perde toda a popularidade. Ninguém aguentava mais ela com seu all stare ouvindo seus Strokes, Phoenix e Bow Wow (COPPOLA VIAJA GENTE AHSUIAHISUAIHSUIAHSAI) e resolveram dizer “foda-se vamos por pra baixo essa bastilha” e assim, a cabeça de Toninha foi pedida. Falei isso tudo mas esqueci de dizer sobre o que o filme é na verdade, o relacionamento de Mariazinha com sua leitora oficial Madame Laborde, é o plot principal do filme, mas não parece.
A falta de foco do filme é um problema, fica tentando atirar pra todos os lados, mas não consegue acertar ninguém. Tem a relação da Rainha com Laborde, a da Rainha com Duquesa de Polignac, tem os fatos ocorridos durante a tal Queda da Bastilha e tem o Paolo que eu não sei o que caralhos ele faz nesse filme. Inclusive, a desconstrução de personagens é algo também prejudicial para o andamento do filme. Começamos achando que Laborde era uma mulher com um comportamento um tanto dúbio, só que na verdade era só era uma troxona que fazia tudo pela sua Rainha. O mesmo acontece com Paolo, em sua primeira cena é de se imaginar que o personagem tem um papel importante dentro da história do filme, mas não, ele tá ali só pra ser deixado de pau duro num quartinho.
Mas o filme não é completa desgraça. A fotografia caprichadíssima capta perfeitamente bem as locações deslumbrantes. O clima de tensão criado pelo diretor pode ser considerado impecável, e com a ajuda da trilha sonora, tudo se torna melhor, como por exemplo, a cena em que Toto (Maria Antonieta pros íntimos) se encontra com Gabrielle de Polignac, é o tudo o que há de melhor no filme, o conjunto (e a reação das pessoas em ver o carinho que a Rainha Fancha tem com a Duquesa gostosinha).
O filme tem um elenco muito bom, mas infelizmente parte dele é usado de forma inadequada. Xavier Beauvois faz ponta e isso eu não admito, Noémie Lvovsky parece que tá fazendo um favor pra um brother e isso também é inadmissível, Virginie Ledoyen serve apenas pra ser gostosa, e nisso ela funciona muito bem, mas, sei lá, ao menos se esforçar pra atuar. E aí que tem as duas protagonistas. Como sabemos, pra Lea Seydoux, missão dada é missão cumprida e ela não dá ponto sem nó, mesmo o personagem sendo sem graça, a gata tira o leite de pedra e entrega uma atuação bastante competente. Diane Kruger pode ser considerada uma das coadjuvantes mais interessantes do ano, a atuação podia muito bem cair no overacting, mas em momento nenhum deixa acontecer, a firmeza e a fragilidade que a atriz deposita em sua personagem é exata, e, definitivamente, Diane Kruger não é só um rostinho bonito.
Adeus, Minha Rainha é daqueles filme que você vê uma cena e aí você pensa ~eita nós,agora vai~ mas infelizmente ele nunca vai, terminando de forma duvidosa e definitivamente insatisfatória.
NOTA LEANDRO FERREIRA: 4,0
MÉDIA CLAIRE DANES DO SHITCHAT : Claire corre pois se dá conta que não é errado ser gay.