GARY CLARK JR
Era um lindo sol de sábado… digo: malígno sol de sábado e estávamos no show de Toro y Moi, arriados no chão, faltando apenas a trilha Vida de gado pra completar o sofrimento que foi a consequência de encontrar um lugar ao sol (af) para os shows daquele dia. Mas foi #maça.
AcabadazzzzzzZzZZzz
Entretanto, o fogo no furico era pra Alabama Shakes e Toro y Moi estava no início de sua apresentação e, logo mais, iríamos pegar o show de Two Doors Of Cinema Club. O nosso plano coletivo, exceto o do agregado Luciano e Wally que queriam ver as caras e bocas dos integrantes do QOTSA, era sair 15 minutos antes do encerramento do show da Two Door e ir correndo até o palco alternativo para alcançar a grade do Alabama (mas isso é uma história de amor que o Chá de beterraba irá contar, #serálindo). Mas eis que, de última hora, uma mudança de planos foi arquitetada pelo agregado Iradilson: “Vamos sair dessa bagaça, não conheço muito Two Door e vamos logo pro palco alternativo aguardar Alabama”. E foi.
Dito e feito: chegando lá, Gary Clark apresentava em sua segunda música. SORTE!! A miseria de tudo foi que havia esquecido da apresentação de Gary Clark e iria perder aquela maravilha de show daquela tarde. Chegamos com ele cantando Please Come Here, e o público foi à loucura (alucicrazy) com os arranjos do blues.
Foto: Fernando Galassi / Monkeybuzz (Obrigada).
O público: ótimo. Devido ao show da Two Door e ao fato do público mais jovem do festival desconhecer ou, quem sabe, não curtir, digamos que Gary Clark ficou no esquecimento por um tempo. Os que se concentraram no palco alternativo passaram pela experiência dos melhores solos de guitarra que foram emitidos em três dias do evento.
Lama? Muita!!!! E fedor de esterco?!!! DEMÁS!! Mas todos abstrairam isso ao ouvir, gritar e acompanhar os clássicos desse Jr, como por exemplo, Third Stone From The Sun, Numb, Ain’t Messin Round, entre outras. Rolou cover de Rolling Stones com Satisfaction e seu show encerra com a linda Bright Lights, do trabalho recente do cantor.
Reza a lenda que Gary Clark Jr tem um feriado em sua cidade natal em sua homenagem. Reza a lenda também que ele é apelidado de Salvador do blues. Por “coincidência”, tanto ele quanto a Black Keys possuem uma veia voltada ao blues e compuseram a programação de sábado. A única coisa que posso dizer é: Gary, seu show foi massa e volte mais vezes. Obrigada.
(Alexandre Cocoon Alves)
ALABAMA SHAKES
Primeiramente, preciso avisar que este texto poderá ser o mais pau no cu da história do ShitChat, pois foram muitas emoções e delícias que, sinceramente, será impossível eu passar num texto, porém vambora.
Antes, preciso explicar uma coisinha. Eu não iria no Lollapalooza por motivos financeiros mas faço parte de uma comunidade satânica que resolveu fazer uma vaquinha pra pagar minha passagem+ingresso+estadia, ou seja.
amo vocs glr, de verdade
Cheguei ao Lolla depois de quase me cagar com o avião, assisti ao show de uma zumbi que tem músicas bacanas, o show xereca do Toro y Moi, e ia começar Two Door Cinema Club quando resolvi andar porque estava esperando Alabama Shakes. Me perdi de todos, e tava lá tocando um tal de Gary Clark Jr, (que é muito bacana por sinal), quando vi @marcellemml, @IradilsonCosta e @AlexandrreAlves perto da grade [Nota do Blog: as gatas inclusive podem ser vistas aqui], apenas esperando Alabamas e eu fiquei tipo:
Aí que fiquei na grade, e preciso dizer, Alabama Shakes é uma banda maravilhosa, só que é sempre ótimo lembrar que it´s all about Brittany Howard, uma mulher singular. Uma mulher não, meio que uma entidade de tão poderosa que é.
Brittany entrou no palco e o mundo gritou. Quase passei mal de tão enlouquecida que fiquei, o show começando com Hang Loose e logo em seguida, Hold On, e fiquei meio que pensando “calmaí Brittinha porque você cantou o hit da banda logo de 2° vez?”. Na verdade, não era uma pergunta justa porque eu realmente não sabia o que me esperava. Com I Found You, quase derreti, mas ainda não era o auge do Alabama Shakes. Aí que Brittany me vem com Heartbreaker e pensei “meu amor, se acalma porque não aguento”.
Foi então que Brittany começou a cantar Be Mine.
vocs tão fodido comigo
Aí o nível aumentou. Brittany elevou os vocais, pesou na mão e começou a me arrepiar fortemente, e com a letra forte Be Mine, fez de vez o público se entregar completamente ao Alabama Shakes. Aí eu pensei “pode acabar porque eu to satisfeito”, mas ela não deixa os ponto sem nó. Logo em seguida, veio I Ain´t the Same e estava devastado, mas estava lá de pé e maravilhado, tinha vezes que eu simplesmente parava e olhava aquilo que tava acontecendo em minha frente, Brittany Howard, Zac Cockrell, Heath Frogg e Steve Johnson estavam a menos de 10 metros a minha frente, porém move on, aquilo tinha que acabar e não tinha como ser melhor que Be Mine.
Mas eles começam a tocar On Your Way. Pra quem não sabe, esta canção é minha música favorita da banda. Ouvi de longe @faelmoreira dizer “é agora que Chá morre” (no caso eu), e sim, quase morri, mas ainda não era o grande auge do show.
Depois de On Your Way, Alabama anuncia uma nova canção que se chama Heavy Chevy, maravilhosíssima, mas isso não quer dizer nada. Brittany finalmente chegou em You Ain´t Alone, aí Alabama Shakes virou uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos (sério). Primeira banda que curto que assisti ao vivo e um grande festival, Brittany Howard se firmou como um dos seres mais poderosos em um palco que eu já presenciei (e eu já vi show da Valesca da Gaiola), absolutamente intocável e ouvi o Fuck That! mais estremecedor da história da humanidade. Enfim, Brittany Howard é uma voz e tanto.
Alabama Shakes foi o melhor show que eu já assisti em toda minha vida, com a melhor companhia que eu jamais poderei ter, galerinha bonita que sou tão grato que sinceramente não sei como agradecer por me permitirem assistir algo tão absoluto quando o show do Alabama Shakes e, novamente, acima de tudo,obrigado ShitChat
(Leandro Ferreira)
TWO DOOR CINEMA CLUB
Enquanto certas quengas foram pra grade do Alabama Shakes (que perdi, af), garanti um lugar especial e pertinho pra conferir o que os moços da bacana Two Door Cinema Club fariam (só o título dessa banda já merece um abraço, né?). Com a bagagem de dois álbuns sólidos – inclusive o primeiro já garante uma hora de hits ao vivo –, a banda indie não fez feio. Animados e vestidos à caráter pro Lollapalooza (ou seja, à moda hipster), sorriam com a empolgação do público e entregavam empolgantes números cheios de energia. Impossível não cantar as letras deliciosas, seja a repetição crocante de “do you want it, do you want it, do you want it, all?!” ou a melancólica “and I can tell just what you want, you don’t want to be alone”.
Mesclando músicas novas (dispensáveis como “Handshake” e outras maravilhosas como “Pyramid”) com velhos hits, foi um bom set de 15 canções, todas apropriadamente animadas. Vamos desculpar a ausência da antalógica “Come Back Home” do set. Two Door Cinema Club é do clube das canções agitadas nas batidas mas incrivelmente melancólicas. É o ideal para movimentar uma tarde ensolarada do Jockey Club. O desafio era não pular, principalmente nos últimos números. “Someday” foi o ápice do show, com riffs de guitarra deliciosos. Mas foi “What You Know” que levantou todo mundo, fechando a apresentação com aquele gostinho de quero mais – o mesmo deixado pelos discos da banda.
(Wallyson Soares)