“If you ride like lightning, you’re gonna crash like thunder.”
(The Place Beyond The Pines, 2012 – Dir. Derek Cianfrance)
AVISO: Apesar do texto estar livre de spoilers, deixo avisado aqui que há detalhes na narrativa de O Lugar Onde Tudo Termina que, talvez, façam algumas pessoas preferirem não ter lido nada antes de assistir o filme. Então #fica a #dica , embora, novamente, o texto está livre de spoilers.
Olá, esse aqui é o Derek.
Ele ficou conhecido pelos cinéfilos com o belíssimo Blue Valentine, onde, com câmera na mão, orçamento baixíssimo e grandes atores, acabou fazendo uma versão ~dark~ de Apenas Uma Vez ou Antes do Amanhecer, deixando todo mundo #chatiado.
…mas #chatiado no bom sentido, calma cara. Enfim, depois da estréia modesta, o diretor parte para um filme muito mais ambicioso, em que acompanhamos ações desesperadas de homens recém tornados pais, e 15 anos depois, as consequências de suas ações em seus filhos.
Começa acompanhando Luke (Ryan Gosling), um motoqueiro que trabalha num circo, que ao chegar em uma cidade, reencontra Romina (Eva Mendes) e descobre que tem um filho. Disposto a cuidar dela e da criança (apesar de ela já estar em um relacionamento), ele acaba fazendo amizade com Robin (Ben Mendelsohn), que o convence a roubar bancos. Depois, acompanhamos Avery (Bradley Cooper), policial que depois de se tornar “herói” ao matar um bandido (de forma questionável, diga-se de passagem, mas BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO, né? af), tem seus projetos ambiciosos de subir na hierarquia policial, e acaba envolvido num esquema de corrupção. E anos depois, o destino reúne os filhos de cada um dos dois, que formam uma amizade temperada por drogas pesadas.
Voltando a apostar num estilo de filmagem que beira o documental (o que faz sentido, já que tem vários filmes do gênero no currículo), Derek Cianfrance volta a acertar no grau de intimidade nas atuações que arranca do elenco: se Ryan Gosling comove quando vemos seu instinto paterno surgindo, ao mesmo tempo em que começa a se transformar em algo ameaçador, Bradley Cooper tem o grande momento de sua carreira até aqui, transformando Avery numa figura extremamente ambígua, que consegue fazer o público sentir pena (afinal, sua ligação com o filho de sua vítima o afeta profundamente), ao mesmo tempo em que seu dom manipulativo surpreende constantemente.
E se Ben Mendelsohn mostra que 2012 realmente foi seu ano (com excelentes participações em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge e O Homem da Máfia), Eva Mendes dá um salto enorme em sua carreira em uma interpretação de extrema sensibilidade – e apenas as suas reações ao ser obrigada a aceitar dinheiro de Luke e Avery de forma praticamente idêntica em circunstâncias diferentes demonstra o cuidado de sua composição.
Aliás, essas constantes rimas visuais enriquecem O Lugar Onde Tudo Termina, compensando de forma significativa os poucos momentos em que a narrativa se perde: percebam como a piscina serve para mostrar o contraste entre a ligação de Avery com seu pai e em seguida com seu filho, ou ainda o belo significado que o fato de Luke esquecer o óculos antes de um assalto acaba ganhando mais pra frente na narrativa. A temática do filme, que envolve principalmente “causa e consequência” ganha representações visuais inteligentes, como os planos envolvendo a roda gigante ou o globo da morte no início. Utilizando longos planos sem cortes de forma eficiente, especialmente na impressionante perseguição de Avery a Luke, Cianfrance ainda demonstra domínio absoluto na narrativa: a história, que se passa em um período de um ano e meio e depois tem um pulo de 15 anos, jamais se torna confusa e a passagem de tempo é feita de forma excepcional.
Crime movie mais interessante produzido em Hollywood desde Senhores do Crime de Cronenberg, O Lugar Onde Tudo Termina é o atestado que Derek Cianfrance veio para ficar, e isso certamente o deixa
PS: e ainda me faz uma referência maravilhosíssima ao Metallica, na frase lá do início… eita filme crocante!
NOTA TIAGO LIPKA: 10
Felipe Rocha: 10
Leandro Ferreira: 10
Marcelle Machado: 10
Média Claire Danes do Shitchat: DEEEEEEEEEEEEEEEZ ❤
o plano-sequência é lindo, o primeiro *BANG* da narrativa é lindo e o choque com a atuação da eva mendes foi lindo
só to esperando ver mais um filme do ciafrancow pra dizer que ele é foda mas o cara em dois filmes já fez duas pequenas obras-primas, fiquem de olho na princesa
acho que pra mim na minha opinião acho que Cianfrança não precisa de um 3° filme pra provar que é foda,porque só com Blue Valentine já tinha achado foda enough,mas aí veio este filme que é crocância from top to bottom,inclusive,<3 Eva<3 Mendes ❤
tá, me expressei mal. quis dizer q to esperando o terceiro filme dele pra colocar uma fotinho dele na parede do meu quarto junto com gente como chris nola e kathren bigelinha. pq 1 filme foda pode ser sorte, 2 pode ser coincidência, mas 3 é ❤
Sem querer ser pentelho, mas esse é o terceiro filme de ficção dele. O primeiro foi Brother Tied de 1998, e ele tem vários documentários no currículo. Inclusive, correndo atrás desses filmes.
sim eu pesquisei antes de falar, hotária, mas sabe quando que vc vai achar esse filme aí pra assistir???? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
homem de pouca fé