O Que Se Move

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(O Que Se Move, 2012, Dir. Caetano Gotardo)

Me recomendaram assistir O Que Se Move, o primeiro longa dirigido por Caetano Gotardo, sem saber de nada da trama, e foi o que fiz. Inclusive meu cérebro me enganou e meti na cabeça que era um documentário (EU SEI!!!), mas agradeço, e deixo aqui o aviso. Se você não viu O Que Se Move, clica no xiszinho lá em cima e lamente caso o filme não esteja em cartaz na sua cidade.

Aos que continuam comigo, primeiramente, olá. Segundamente, para os que não entenderam minha confusão sobre achar que O Que Se Move era um documentário, isso foi ocasionado, creio, pelo fato do filme ser baseado em três histórias reais que apareceram nos jornais durante a década passada. E o que geralmente lemos são os fatos, frios, preparados para que o leitor julgue, procure culpados, torça por alguém… O Que Se Move foca em quem faz tudo acontecer, nos personagens por trás dessas histórias, enfim, em quem se move e acaba causando os acontecimentos.

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As três histórias são por si só fortes, e consciente disso, o diretor as aborda de forma casual, mostrando o dia-a-dia, preenchendo as lacunas que a notícia no jornal não conseguiria transmitir. O filme foge da frieza dos fatos ao apresentar uma versão fictícia dos personagens envolvidos. Ao expor, entre outros, o último dia de férias de um garoto, as cenas banais de jantares, cafés da manhã e almoço, o diretor trabalha com a idéia de que é o nosso próprio dia-a-dia que move tudo. A escolha de focar no comum aproxima o espectador, que se identifica com as três histórias, ao invés do distanciamento de ler a notícia no jornal.

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Mas não é apenas ao focar no casual que Gotardo acerta. Quando há a grande virada de cada história, quando tudo poderia tender ao melodrama e soar caricato ou exagerado, toda a dor é desabafada em forma de canções. A escolha de mostrar a angústia que as personagens sentem via música é surpreendente e arriscada, pois poderia destoar de tom do que foi mostrado, mas é uma saída certeira para o diretor não cair na dicotomia de culpados e inocentes.

Longe de procurar vítimas e algozes, a câmera de Gotardo busca pessoas, procurando entendê-las e desvendá-las através de takes longos, também observa objetos, elementos que levam às ações, fotos que revelam o passado. A intencionalidade do diretor em focar no pessoal é enfatizada desde o começo, e o filme é eficaz nesse jogo de mostrar e permitir que o espectador faça suas próprias escolhas.

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O Que Se Move pode soar estranho ao público por alguns traços teatrais, como alguns diálogos e algumas interpretações, mas, pessoalmente, esses traços me encantaram. Gotardo também merece créditos pela forma como aborda as histórias, e por não fixar-se no fácil, pelo contrário, vide a inserção dos musicais. Pode ser o primeiro filme do diretor, mas fica evidente a maturidade de Gotardo, e a sensibilidade e criatividade ao perceber formas diferentes de abordar três histórias que poderia ser a história de qualquer um de nós.

NOTA MARCELLE MACHADO: 8,5

Média Claire Danes do ShitChat: Claire também tem seus momentos casuais
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Todos os Homens do Presidente

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(All the President’s Men, Dir. Alan J. Pakula – 1976)

Há três filmes que nenhum estudante de jornalismo chega ao final do primeiro ano de faculdade sem ter visto: Cidadão Kane, obviamente, é um deles. A Montanha dos Sete Abutres, do Billynho Wilder, é outro. Inclusive recomendo esses dois aí, pois são duas obras-primas etc. Porém, o terceiro filme da lista para a galera que passa quatro anos estudando sobre teorias da comunicação, Escola de Frankfurt e outras coisas horríveis tipo ortografia pra depois perder vagas de emprego porque “publicitários sabem fazer os dois trabalhos” é justamente meu preferido deles: Todos os Homens do Presidente.

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Eu sei que você já sabe do que se trata e já viu a delícia dezessete vezes só esse ano, mas não custa relembrar: tem uma invasão no Hotel Watergate, nos EUA, e um repórter (Bob Red) acha tudo esquisitíssimo e vai investigar com a ajuda de seu coleguinha (Rain Man). Aí eles vão revirando a merda e desmascarando a conspiração e no final o presidente Nixon (Richard Nixon) acaba renunciando ao cargo. Manerão.

pra quem se perguntava o que é um "enquadramento crocante", cá está

pra quem se perguntava o que é um “enquadramento crocante”, cá está

Alan J. Pakula filma a parada de uma forma que passa uma sensação de urgência, que tem algo muito grave a ser revelado em breve. Ao mesmo tempo, o filme takes its time e não corre com as infos, dando ao espectador a oportunidade de absorver os acontecimentos, ainda que a próxima bomba já esteja a caminho. É quase um Vampire Diaries de tanta twist.

O interessante é que essa aparente lentidão, juntamente com o retrato (quase) preciso de uma redação de jornal, ajuda a tornar o filme ainda mais realista. Levando em consideração que apenas os sete primeiros meses da investigação são mostrados ao longo das 2h18min de projeção, vamo combinar aqui que o ritmo é perfeito. Além disso, o roteiro é (quase) 100% fiel ao livro, algo que também contribui a favor do filme. Afinal, o diretor lida com acontecimentos históricos e não pode simplesmente modificá-los apenas como o objetivo de fazer funcionar na tela, né?

RECEBIDAAA

RECEBIDAAA

Vale lembrar que Todos os Homens do Presidente foi lançado coisa de dois anos depois do Watergate, então tudo ainda estava bem fresco na memória da galerinha. Entretanto, mesmo que tivessem passado décadas, Pakula não trata o espectador como uma criança que precisa de 40 explicações para entender o que acontece.

 não entendi esse parágrafo, repete

não entendi esse parágrafo, repete

O filme é completamente ~envolto~ em uma atmosfera de paranoia e medo, sentimentos que são representados de forma perfeita na cena em que Dorothy Michaels vai visitar Jane Alexander. A velha (no caso velha hoje, na época ela era gatinha) se recusa a falar de primeira e Pakulão enquadra ela de uma jeito que parece que o corrimão da escada são grades de uma prisão, repare:

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E então ela aos poucos “sai da prisão” e, enquanto Ted Kramer começa a se sentir a Lorelai Gilmore e bebe 58 litros de café, Janinha começa a fornecer infos essenciais para a sequência da investigação, ainda que relutante. Assim como Ben Braddock, a gente espera que ela recue e pare de falar a qualquer minuto – meu coração parava a cada soluço dela. Agora uma info que mei que foda-se, mas não custa dizer que foi SÓ por essa cena que ela foi indicada ao Oscar.

Há outras pedâncias características que ajudam a transformar Todos os Homens do Presidente na obra-prima que é: a fotografia, que insiste em colocar os protagonistas para “andar no escuro”, em uma achocolatada metáfora sobre a situação de sua investigação; o trabalho de som, contido e quase silencioso, que acaba enfatizando pequenos barulhos, como os das máquinas de escrever do Washington Post; e a montagem, essencial praquele ritmo manero que a gente falou ali em cima. Fora que o Hal Holbrook, já idoso em 1976, se chama GARGANTA PROFUNDA.

perdão, mas Shitchat não seria Shitchat se não tivesse essa ~piada

perdão, mas Shitchat não seria Shitchat se não tivesse essa ~piada

NOTA FELIPE ROCHA: 10

Alexandre Alves: 10
Leandro Ferreira: 10
Marcelle Machado: 10
Rafael Moreiga: 10
Tiago Lipka: 10
Wallysow: 10

Média Claire Danes do Shitchat: 10

Pietà

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“Esse desgraçado nasceu ruim”
(Pieta, 2012. Dir. Kim Ki Duk)

Pieta é sobre o cara que trabalha como cobrador de agiota , caso não paguem suas dívidas. Ele vai lá e aleija esses caras, mas belo dia ele resolve correr atrás de uma galinha e aparece uma mulher louca entrando na casa, na vida, mexendo com as estruturas e sarando todas suas feridas (é sério) dizendo que é mãe dele e ele começa a rever sua vida como cobrador.

Pra quem não sabe, esse filme foi vencedor do Leão de Ouro em Veneza de 2012 porque O Mestre já tinha prêmio demais, e ao menos é um ótimo filme pra se ter ganho o título. O filme toca em diversos assuntos e todos são trabalhados de forma eficiente. O único deslize do roteiro é o uso de humor, não sei se é proposital, mas é desnecessário. O melhor aspecto é a forma em que ambos protagonistas nos é apresentado e como eles são desconstruídos.

destruida!

destruída!

Conhecemos um Lee Kang, todo Russo da Salve Jorge, só aleijando a galera. Conhecemos também Son-mi, toda chorosa lá nos canto enquanto fazia forte referência a duas séries adoradas aqui pelo Shitchat. A primeira é Boardwalk Empire. A outra é Mad Men e a prática que muitos funcionários aqui fazem (mas eu não vou citar o nome do Wale de forma alguma), que é o tão famoso fazer a Peggy. Mas como espécie de turning point do filme, a mãe resolve achar que tá muito velha pra essa ~porra~ e se torna uma quenga, muito quenga e deixa o filho do jeitinho que vocês tão vendo na foto acima.

não vai sobrar pedra sobre pedra

não vai sobrar pedra sobre pedra

Em duas cenas específicas e muito interessantes, temos Kang indo cobrar um rapaz que brevemente será pai e que suplica para que ele o aleije para ter o dinheiro do seguro. A cena mostra como a situação daquele local é precária e põe um pouco de amor no cuore de Kang. Na outra, que é na verdade uma sequência, temos uma corrida de Kang onde ele passa por todas suas vítimas e percebe os danos em que causou na vida de diversas famílias, coisa que faz o desfecho do filme ser tão satisfatório e claro, põe um pouco mais amor no cuore de Kang. E falar de Pietà sem citar a absurda Min soo-Jo é criminoso. A linha tênue em que a atriz cria a delicadeza e a dissimulação da personagem é perfeita. Sempre ferida, mas objetiva, a gatinha oriental tá perfeita.

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Pietà é um filme que aborda perfeitamente todos os assuntos que toca, com um roteiro manero, personagens centrais interessantes e uma atriz com o capeta. Tem um pouco de enrolação ali pelo meio e umas storylines um tanto desnecessárias (que no fim das contas até fazem um pouco de sentido) aqui e ali, mas que pouco atrapalha o ótimo andamento do filme.

NOTA LEANDRO FERREIRA: 9,5

Alexandre Alves: 9,5
Felipe Rocha: 8
Tiago Lipka: 8,5

Média Claire Danes do Shitchat: 8,8 Claire tá satisfeita com as galinhagem claire 7

O Último Desafio

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(The Last Stand, 2013 – Dir. Kim Jee-Woon)

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Tá que ele já havia voltado em Mercenários 2, mas aqui Arnold Schwarzenegger é o protagonista. O Último Desafio é uma mistura do astral dos filmes do astro nos anos 80 com faroeste – o roteirista Andrew Knauer assistiu bastante Peckinpah, não entendeu nada, mas se esforçou, caprichou na bobagem e Kim Jee-Woon deve ter achado tanta graça que resolveu tirar sarro de tudo. Pelo menos 70% da graça do filme vem do humor bizarro, os outros 30 vem das cenas de ação caprichadíssimas do diretor coreano.

A trama mostra um traficante do cartel mexicano que escapa de uma operação secreta do FBI com um carro ultra veloz e para finalizar sua fuga até o México, é obrigado a passar pela pequena cidade em que Schwarzenegger é o xerife. Há histórias paralelas, todas dispensáveis (especialmente as que mostram os bastidores do FBI, seguindo Forest Whitaker), mas nada que estrague a diversão. Dá para usar essas cenas como pausa pra pegar cerveja.

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Kin Jee-Woon é um puta diretor que se sai bem em vários gêneros (veja Eu vi o Diabo, Os Invencíveis e Medo), e seu capricho visual é notável. As cenas de ação desse filme estão muito acima da média, e o tom cômico que aplica ao filme é charmoso. Zoa com os EUA, mas de um jeito carinhoso, ri COM eles, não SÓ deles. E leitores, acreditem: nessa altura do campeonato, ninguém dá um monólogo pra Schwarzenegger sem achar que terá uma cena cômica, não importa o quão dramática ela seja – ria sem culpa.

Falando em atuações… bom, ninguém se destaca, ninguém se compromete também.  Talvez Harry Dean Stanton, o coadjuvante mais legal do mundo (deprimente, não?). O negócio é dar risada imaginando Rodrigo Santoro como um veterano da guerra do Iraque (zoeira: ele também está #ok aqui).

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calma

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O filme foi um baita fracasso nos EUA, e há duas explicações possíveis para isso: marketing ruim, o que é provável, mas há também uma mudança de comportamento notável naquele país quanto a regularização na venda de armas – recentemente todas as mudanças nas leis quanto à venda de armas foram vetadas pelo Congresso, sendo que 90% da população apóia as medidas. Logo, o público pode ter rejeitado um filme que, nas aparências, faz apologia bélica.

Uma pena: perderam uma bobagem divertidíssima.

NOTA TIAGO LIPKA: 8

Marcelle Machado: 7,5

Média Claire Danes do Shitchat: 7,75

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Jack Reacher – O Último Tiro

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(Jack Reacher, 2013 – Dir. Christopher McQuarrie)

Christopher McQuarrie ficou conhecido pelo roteiro do excelente Os Suspeitos, mas depois disso…

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Entre outras colaborações com Bryan Singer (Operação Valquíria, Jack, o Caçador de Gigantes), um desastre (O Turista – aquele mesmo com Johnny Depp e Angelina Jolie) e trabalhos para a TV, ele escreveu e dirigiu À Sangue Frio, um filme policial violento e surpreendente. Não era nada extraordinário, mas parecia que um diretor promissor estava surgindo.

Bom… 13 anos depois, ele volta à cadeira de diretor e… saiu esse Jack Reacher – O Último Tiro. É curioso pensar que ele estava mais preparado para a função 13 anos atrás. Não é um filme ruim, de maneira alguma. Tem uma trama suficientemente interessante para manter o espectador acordado, mesmo que para isso tenha que jogar fácil, apostando em clichês sempre que pode, e subvertendo uma coisa ou outra com gags visuais (mais sobre isso depois). Além disso, a cena inicial é daquelas que ganham nossa atenção na hora, e esporadicamente surgem momentos tão bons quanto aquele durante a trama – especialmente a apresentação do vilão, e o espectador fica com a esperança de que a coisa engrene…

Jack Reacher – O Último Tiro conta a história da consequência de um misterioso atentado, no qual um sniper mata cinco pessoas sem motivo aparente. Ao ser chamado para depoimento, pede apenas que chamem Jack Reacher, um misterioso investigador do exército que desapareceu do radar do FBI e caralhos a quatro, e retorna para investigar o ocorrido, formando uma dupla inusitada com a advogada de defesa do atirador, já que Reacher está convencido de que ele é culpado.

Mas os problemas são muitos, e boa parte deles vem da inexperiência de McQuarrie. Para começar, é curioso que os figurinos e a direção de arte não diferenciem os ambientes que a trama se passa, considerando que este é um dos temas do filme. Há unidade onde deveria haver contrastes – a vizinhança da garota forçada a se prostituir, visualmente, é igual à rua onde trabalham os advogados, e o mesmo se aplica às vestimentas. A fotografia até tenta criar esse efeito, mas a verdade é que esse é um problema menor do filme, então vamos relevar.

jackreacher1Os problemas mais sérios são dois: 1) o ritmo é lento demais, e apesar da trama ser interessante, ela tem problemas graves. Quando a advogada aceita o conselho de ~ver o outro lado~ e falar com as vítimas, nos questionamos quanto à sua sanidade (depois o filme justifica isso, mas não adianta, o protagonista teria conseguido aquilo de qualquer outra forma), e por falar em advogada, a personagem já surge como uma besta em cena,  e não precisava ganhar os tiques de uma besta por Rosamund Pike, que se limita a ficar linda no figurino com decotes/pernas de fora.

jackreacher3E além do ritmo lento, o humor surge esquisito: não dá pra começar um filme com uma matança, dar mais meia hora de seriedade em torno do caso, e depois quebrar o ritmo com piadinhas bestas. Quer dizer… dá, mas daí acaba saindo um filme desses aqui. Aliás, o momento em que dois capangas se atrapalham quando vão bater em Cruise merece chegar ao Framboesa de Ouro. Constrangedor.

Mas o segundo problema, e o maior de todos, é: Tom Cruise. Sua persona, sua aparência, tom de voz, absolutamente nada ajuda a acreditar que ele é Jack Reacher, frio, violento e desbocado. O ator se esforça, enche a boca nas frases de efeito,  sorri de canto nas piadinhas e faz as pausas corretas pra mostrar o raciocínio do personagem, mas… não funciona. Não chega a ser desastroso porque Cruise é um bom ator, e sempre se sai bem com cenas de ação, mas… é complicado.

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Melhor pessoa

Desperdiçando ainda Robert Duvall e uma das melhores escolhas de casting dos últimos tempos – Werner Herzog como vilão, com apenas duas cenas dignas de seu talento – Jack Reacher ainda incomoda pela sua mensagem meio torpe. Se bem que assistir um filme de ação hollywoodiano é praticamente pedir por algo torpe.

NOTA TIAGO LIPKA: 6,0

Média Claire Danes do Shitchat: Vestiu a burca pra Herzog, MAS TÁ DE OLHO NAS PALHAÇADA!!!!!!!!

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Ginger e Rosa

BOMB by Sally Potter(Ginger and Rosa, 2012, Dir. Sally Potter)

Lá em 1945, com a Alemanha querendo explodir tudo e tomando no toba, nascia Ginger e Rosa, filhas de Natalie e Anoushka, respectivamente. Elas crescem juntas e se tornaram melhores amigas, mas ao crescerem e suas personalidades se formarem, as coisas mudam. Ginger é gata, inteligente e simpática, se fosse participante de America´s Next Top Model seria rotulada como Bubbly Personality. Rosa é aquela sua prima da Universal que quer ser porra louca, mas acredita na palavra do senhor jesus cristo todo poderoso. Porém, União Soviética tá pra explodir o mundo, e está preparado o terreno pra um filme odiável pra cacete.

gignererosaSomos apresentados à íntima relação das duas (que são sexy sem ser vulgar em momento algum), e às suas relações familiares. O pai de Rosa abandonou a mãe quando a filha era pequena, e a mãe caga e anda pra ela. Nat, a mãe de Ginger se preocupa com a filha e a influência de Rosa na vida dela, enquanto o pai é apenas o maior desgraçado e é a típica puta fiel, pega todas na rua mas no fim das contas volta pra vagina de casa. O roteiro até começa a desenvolver bem as relações entre essas pessoas, e também a frustração de Nat sobre a vida, a de Rosa com a ausência dos pais e o interesse de Ginger em seguir os passos do pai vagabundo. Porém, pelo meado das coisas, Sally Potter não segura o tranco e o filme fica chato, muito chato.

bem assim

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Falando de Elle Fanning, é impressionante como essa querida não deixa o segundo ato do filme ser uma completa desgraça. Sua Ginger é confusa, e ela mostra isso em cena como se fosse tão fácil quando fazer quadradinho de 8 (pois é, facílimo, experimentem). Christina Hendricks também impressiona, especialmente na cena do jantar onde ela mostra mais uma vez que é uma das melhores atrizes da atualidade, mas quando se trata de atuações boas fica só aí mesmo. Alessandro Nivola é péssimo e Alice Englert também e é sempre bom ressaltar a ponta (P.O.N.T.A) que Annette Benning faz.

Ginger and Rosa 04Por fim e não menos importante, o ato final grotesco, não posso comentar nada menos do que isso, onde só tá ali pra mostrar o quão reaça é o filme, vide liçãozinha pau no cu. Ginger e Rosa fecha o caixão com gosto amargo para o filme e pra quem assiste.

NOTA LEANDRO FERREIRA: 2,0

Felipe Rocha: 5,0

MÉDIA CLAIRE DANES DO SHITCHAT: 3,5 porque pra tudo existe paciência e da Claire é curtinha claire 3 a 5

Terapia de Risco

sideeffects1-470x260(Side Effects, 2013, Dir. Steven Soderbergh)

Depois de dar as caras na #MaratonaCannes, Steven Soderbergh volta a dar as caras no Blog, dessa vez com Terapia de Risco, um filme que pode não trazer nada de inovador, mas que nas mãos do diretor, o resultado não é apenas um thriller sem graça.

A trama começa mostrando sangue no chão até focar num presente, e daí voltando para três meses antes do incidente, quando Martin (Channing Tatum), marido de Emily (Rooney Mara) sai da prisão depois de quatro anos. É o bastante para criar suspense e prender a curiosidade. O que aconteceria para resultar na cena de abertura? E tudo isso sem trilha, só apresentando os personagens. O que Martin não sabia é que enquanto estava na prisão, Emily entrou em depressão, e sua saída causa um surto na esposa, chegando ao extremo tentando se matar. É aí que o caminho do casal cruza com o do psiquiatra interpretado por Jude Law, Jonathan Banks. Ele passa a atender Emily, e acaba receitando alguns remédios em paralelo ao tratamento, mas os efeitos colaterais do remédio acabam interferindo na relação do casal.

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Falar mais estragaria um pouco as surpresas do filme, que podem não ser as viradas mais elaboradas, mas pelo menos são bem conduzidas, e jamais cansam. Soderbergh sabe criar suspense psicológico como ninguém, e, principalmente, lida muito bem com os personagens que tem. Num filme cuja força é o desenvolvimento dos personagens à medida que a situação vai se complicando, isso se mostra essencial para que o filme não caia na armadilha de virar uma rasa saga de vingança. Soderbergh mostra a motivação dos personagens, e todos têm um propósito em cena, sem contar que eles têm camadas. Não há ninguém inteiramente inocente.

O roteiro, responsabilidade de Scott Z. Burns, é um bom apoio para o diretor. Sem excessos, há equilíbrio entre diversos temas, como o drama de uma mulher em crise com sua depressão, o suspense após o acontecimento da abertura ser revelado, e o jogo de perseguição e obsessão do final. A tensão é construída de forma crescente, inclusive o aspecto que mais me agradou no filme, como tudo começa bem, e daí segue ladeira abaixo para o caos. Outro ponto interessante é a transformação do personagen de Jude Law, que acontece aos poucos, lado a lado com a intensificação da tensão.

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Somando à direção e ao roteiro, há o quarteto de atores. Mesmo com boa direção e bons roteiros, os personagens ainda corriam risco de se tornarem caricatos, mas o elenco foi bem escalado, apesar de Zeta-Jones e uma escorregadas no final. Rooney Mara mostra que é camaleoa, entrega uma das personagens femininas mais fortes que já vi em Os Homens Que Não Amavam as Mulheres para vir agora com a frágil e misteriosa Emily. Rumores dizem que Soderbergh pensa em se aposentar do cinema, para alegria de uns deste Blog, mas torcendo para que seja algo passageiro. O diretor ainda é capaz de entregar um trabalho eficiente ao que se propõe, sem cair em armadilhas e saídas fáceis, salvando Terapia de Risco de ser um filme esquecível.

NOTA MARCELLE MACHADO: 8,5

Ralz Carvalho: 7,5
Tiago Lipka: 8,5

Média Claire Danes do ShitChat: 8,1 tumblr_mcll13C71o1rjfsoao1_500

Finalmente 18!

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(21 & Over, 2013, Dir. Jon Lucas and Scott Moore)

Primeiramente bom dia. Segundamente, é sacaneante Claire promover uma maratona com filmes maravilhosos (uns nem tanto) e depois me fazer escrever sobre Finalmente 18!, mas bora lá. Antes de mais nada, devo dizer que essa tradução é tão cretina quanto Namorados para Sempre. A diferença aqui é que a propaganda não é tão descaradamente enganosa e quem assistir não vai pagar gato pra ver lebre.

Miller, Casey e Jeff Chang são melhores amigos do colegial, porém, com o passar do tempo, a amizade muda e suas personalidades mudam. No entanto, ao se juntarem pra comemorar o aniversário de Jeff um dia antes da entrevista que irá mudar sua vida, eles fazem merda, e depois um pouco mais de merda, e descobrem o que perderam da vida uma dos outros. Miller é o merdalhão que continua fazendo muita cagada, Casey servia de equilíbrio entre os amigos e Jeff é o inteligentão que fazia tudo que o pai rígido mandava.

image-21-and-over08A verdade é que eu agarrei um ódio sério do filme, mas até que os diretores (também autores do roteiro) Jon Lucas e Scott Moore não são ruins, sabem o que fazem, assim como a montagem que acompanha a atmosfera acelerada que o filme possui pra não perder o seu ritmo. O roteiro é o grande causador de ódios. A discussão de passagem de tempo e essa vontade gritante de ter os melhores amigos o mais próximo possível, mas por causa das obrigações da maioridade isso se tornar basicamente impossível, é válida. Identificações aconteceram, mas a dupla de roteiristas prefere o exagero e insistem em um humor pastelão sem graça, sem mencionar as situações incoerentes, o machismo e os seus furos, ou seja, se é pra fazer pastelão…

aprende com a gente gato.

aprende com a gente gato.

Os atores são uma bosta. Milles Teller tem um timing pra comédia tão bom quanto o do Dane Cook. Falando em Dane Cook, Skylar Astin é um Dane Cook mais bonito que ainda não encontrou o seu lado insuportável (e tô torcendo pra não encontrar, cara). O único que possui um jeitinho pra coisa é Justin Chon, mas o personagem é tão forçado que não dá pra curti o ator ou o personagem. É válido também mencionar Daniel Booko, que não faz nada no fim, só puxa saco, mas no momento 1h20m me fez rir por tudo que não ri antes, tive que marcar este tempo porque, olha, foi único.

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Finalmente 18! é uma bobeira da porra que tenta, mas prefere usar os clichês de pai oriental linha dura que quer obrigar filho a seguir seu mesmo futuro, correr atrás da amada no “aeroporto” e no exagero dos filmes teens americanos onde é tudo curtição e vida locagem. Podia ser melhor, mas é uma merda.

NOTA LEANDRO FERREIRA : 3

MÉDIA CLAIRE DANES DO SHITCHAT : Claire está olhando pros lados pra ver se encontra a graça.

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Sindicato de Ladrões

onthewaterfront_cover“I coulda had class. I coulda been a contender. I coulda been somebody, instead of a bum, which is what I am, let’s face it.”
(On The Waterfront, 1954, Dir. Elia Kazan)

Quando me preparava pra rever Sindicato de Ladrões não esperava que o longa me surpreendesse. De verdade, foi uma porrada que nunca havia levado antes ao rever um filme. Dirigido por Elia Kazan, essa delícia já era um dos meus filmes favoritos e agora encabeçou o topo da lista.

Elia Kazan veio do Oscar de A Luz é Para Todos e, depois de mais alguns filmes, dirigiu Marlon Brando e Vivian Leigh em Uma Rua Chamada Pecado. Mais uns anos e uns filmes depois, realizou Sindicado de Ladrões.

onthewaterfront1Terry Malloy (Marlon Brando) é um ex-boxeador que não deu certo na carreira e é usado para atrair Joey Doyle para uma emboscada por este desafiar Johnny Friendly (Lee J. Cobb), o corrupto chefe do sindicado das docas. Terry é ingênuo e quando percebe que atraiu Joey Doyle para a morte, fica transtornado, e mais ainda porque acaba se envolvendo com a irmã da vítima.

Todos sabem dos crimes do sindicato, mas não ousam abrir a boca com medo ou por não levarem a má fama de delator. A ingenuidade e as incertezas de Terry são claras na atuação de Brando. O dar de ombros constante e o “não sei” como resposta para quase tudo descrevem um vadio incompreendido. No entanto, o papel de Terry foi escrito inicialmente para John Garfield, que morreu precocemente em 1952. Kazan queria Sinatra e, posteriormente, ofereceu o papel também a Montgomery Clift, mas o produtor Sam Spiegel disse que queria o Brando pela a força que o cara tinha nas bilheterias.

onthewaterfront_cabElia Kazan tinha indicado vários nomes ao Comitê de Atividades Antiamericanas durante o Macartismo na década de 1950 (incluindo atores, roteiristas, e diretores), colocando-os numa lista negra por fazerem parte do Partido Comunista. Isso acabou com a carreira de muitos. E Sindicato de Ladrões pode ser assistido sob a perspectiva de uma retratação do diretor em relação a isso, mas também como uma resposta à peça As Bruxas de Salém, que o criticava. Brando não topou o papel facilmente porque estava puto com Kazan pelo que ele tinha feito. No fim, acabou aceitando e ganhou seu primeiro Oscar, então, que bom, né, querida? Inclusive, todo ano Marlon Brando poderia ganhar o Oscar só pela cena no táxi. Agora, a partir daqui pode ter uns spoilers pra quem não viu, então af.

O filme foi sucesso e, além do Oscar de ator, ganhou mais sete. O elenco de coadjuvantes está massa. Padre Barry (Karl Malden) tem uma cena de discurso no cais que é foda. Enquanto dá esporro nos trabalhadores para eles não apoiarem tudo de criminoso do sindicato, o padre é atingido por vários objetos. E Eva Marie Saint é uma coisinha maravilhosa como Edie, papel que seria de Grace Kelly, mas como ela estava ocupada com Hitchcock, deixou a oportunidade do Oscar de melhor atriz para Eva Marie Saint.

Sendo um pouco pedante e analisando o filme por outra perspectiva, Sindicato de Ladrões é sobre valores. É sobre se manter fiel aos seus princípios mesmo quando todos que você achava que eram seus amigos lhe viram as costas, quando você se torna um “delator”. É sobre o medo cegando e calando as pessoas. Um filme atemporal, pois essa situação vai existir sempre.

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A pigeon for a pigeon! ='(

Outra cena que eu acho fodona é aquela improvisada pelo Brando: Terry está lá andando no parque com a Edie, e ela diz que vai embora. A luva dela cai e Terry pega, mas não devolve. Em vez disso, ele veste a luva ❤ . Tudo, claro, para que Edie fique mais tempo com ele.

Sindicato de Ladrões é cheio de cenas assim. É um presente que se torna muito mais interessante quando se conhece as motivações do Elia Kazan. Os minutos finais são inacreditáveis. Já destruído com o diálogo de Terry na cena do táxi onde todas suas decepções são conhecidas, a caminhada até o cais consegue acabar de matar.

NOTA RAFAEL MOREIRA: 10

Alexandre Alves: 10
Felipe Rocha: 10
Leandro Ferreira: 10
Marcelle Machado: 10
Tiago Lipka: 10

Média Claire Danes do Shitchat: 10

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Barton Fink – Delírios de Hollywood

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(Barton Fink, Dir. Joel Coen – 1991)

E a #MaratonaCannes chega ao fim. E não bastava ser responsável por encerrar a maratona, me voluntariei a escrever sobre o filme de Ethan e Joel Coen. E não qualquer filme, mas Barton Fink. A obra foi vencedora da Palma de Ouro de Cannes em 1991,além de ter vencido os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator. Agora, os irmãos Coen retornam em 2013 com Inside Llewyn Davis, com participação de John Goodman, presente também em Barton Fink.

Minhas colegas de trabalho tiveram pena de mim por causa desta tarefa: Felipe Rocha demonstrou sua compaixão através desta canção, e Tiago Lipka se solidarizou com esta. Mas só assistindo ao filme para entender a dificuldade em escrever sobre. Pra começo de conversa, é difícil classificar o filme em um gênero. Pra complicar, o filme é cheio de simbolismos, lida com diversas temáticas e há vários significados escondidos. Minha reação após ver Barton Fink e percebendo o desafio que me aguardava pode ser resumida numa gif:

e eu me voluntariei pra escrever sobre esse filme. sei de nada msm

e eu me voluntariei pra escrever sobre esse filme. sei de nada msm

Para evitar estragar surpresas, aviso com antecipação que o texto está cheio de spoilers. Recomendo sair da internet e só voltar quando tiver visto Barton Fink, sério, é um favor que os caros leitores fazem a si. Voltem depois e me agradeçam.

Barton Fink se passa em 1941 e narra a história de um jovem escritor nova iorquino de peças teatrais que conseguiu relativo sucesso de crítica, chamando atenção dos estúdios de Hollywood. À princípio, Barton não aceita a proposta levada por seu agente e os primeiros minutos mostram os motivos: o protagonista escreve sobre e para o trabalhador e não quer ter sua arte submetida aos interesses das grandes produtoras. Porém, o escritor é convencido pelo dinheiro que iria receber e pelas palavras de seu agente de que o cidadão comum não fugiria de Nova Iorque.

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O escritor segue para Los Angeles, se hospedando no Hotel Earle, onde é recepcionado por Chet (Steve Buscemi), e na cidade, lida com seu vizinho de quarto, Charlie Meadows (John Goodman); o dono do estúdio que o contratou, Jack Lipnick (Michael Lerner); o produtor Ben Geisler (Tony Shalhoub); o escritor e inspiração para o protagonista, Bill Mayhew (John Mahoney); e a secretária deste, Audrey Taylor (Judy Davis).

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É desse ponto de partida e conjunto de personagens que os Coen discorrem sobre dois temas básicos: o processo de escrita e a cultura de entretenimento. Em Los Angeles, contratado para escrever sobre um tema que lhe é distante, Barton tem que enfrentar a pressão dos estúdios com prazos e tentar produzir algo que conquiste o grande público, enquanto se cobra para ter uma idéia. Os Coen abordam essas duas temáticas com fortes inspirações do próprio processo de criação. Barton Fink foi escrito enquanto trabalhavam em Ajuste Final e se depararam com um bloqueio de escrita, mas também houve inspiração de figuras famosas do cinema, como F. Scott Fitzgerald, que também foi contratado para ser roteirista em Hollywood. O personagem de Jack Lipnick foi inspirado em chefes de estúdio da vida real e, inclusive, a sua cena final, usando uniforme militar, é inspirada em uma história verdadeira envolvendo Jack Warner (mas os Coen são espertos e disseram que não lidaram com pessoas como Lipnick).

Não é à toa que o filme se passa em 1941, época clássica de Hollywood. Muito se comenta do cinema atual, de como ele é feito para as massas, sem se preocupar com qualidade, como se antigamente não fosse assim. As cobranças, os produtores e donos de estúdios controlando tudo, sempre foi assim. A decepção com Hollywood também está presente na figura de Bill Mayhew. A euforia de Fink em conhecer um dos escritores que o inspirou torna-se decepção ao conhecer a pessoa por trás das obras que ele leu e a descoberta que Audrey era quem escrevia, na verdade. Os Coen também alfinetam os intelectuais, que querem escrever sobre o trabalhador, mas se acham superiores e se mantêm distantes do que acontece no mundo. Barton escreve sobre o cidadão comum, mas quando o tal cidadão começa a fazer barulho, ele reclama para a recepção do hotel. Sem inspiração, prefere ficar falando de si a ouvir alguém que poderia inspirá-lo.

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Em meio a todos esses temas, Ethan e Joel Coen trabalham diversos simbolismos e um dos mais interessantes é o Hotel Earle. Em Los Angeles, cercado de luxo e pessoas influentes, Barton se hospeda num hotel decadente como uma forma de se manter fiel aos seus princípios. Ele não se mistura com os ricos e influentes. Inclusive, uma das interpretações possíveis é a de que o hotel é uma representação física da mente de Barton, ou seja, é tudo imaginação. Contratado para escrever sobre lutadores, recebendo muito bem por isso, Barton está traindo seus princípios e Charlie é a voz interior relembrando a ele sobre o que ele deveria realmente falar, insistentemente calada pelo escritor. À medida que Barton se envolve com as figuras de Hollywood, o clima vai literalmente esquentando. O ápice é quando Fink termina o roteiro, selando seu compromisso com o estúdio, quando o hotel literalmente pega fogo. Claro, esta é apenas uma forma de compreender a história, e é aí que está o motivo para os Coen merecerem todo aplauso: o espectador pode entender tudo como uma metáfora, ou interpretar o literal, ainda haverá sentido.

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Além do simbolismo geral do hotel, os Coen tem cuidado impressionante com elementos inseridos no filme. O som repetitivo do oceano, representando a mente sem idéias de Fink, o zumbido constante do mosquito sempre que Barton começa a escrever, uma forma de impedir que ele crie, enfim, a trilha sonora, de forma geral, não é gratuita. Além disso, são inseridos símbolos, como o mosquito que só Barton Fink enxerga, e pode ser analisado como seus ideiais e seu trabalho sendo sugados. No quarto do escritor há um quadro de uma mulher na praia e esta imagem é representada no final, menção direta ao fato que a vida imita a arte e que seja em 1941, 1991, ou em 2013, o cinema tem poder de atingir e afetar as pessoas. Mas para qual intuito os cineastas utilizam esse poder: para ampliar o conhecimento de mundo do espectador ou para mantê-lo preso às fórmulas? Qual é a responsabilidade de um cineasta?

NOTA MARCELLE MACHADO: 10

Felipe Rocha: 10
Tiago Lipka: 10

Média Claire Danes do ShitChat: 10claire de burca