A Criada

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(La Nana, 2009 – Dir: Sebástian Silva)

Lá em 2009 no festival de Sundance um pequenino filme chileno foi febre, ganhou dois prêmios, um deles inclusive pra sua atriz protagonista. Este filme era A Criada, que, depois de 4 anos, de ter passado no Telecine Cult mais de uma vez, foi lançado em circuito nacional e nós do Shitchat, como somos pedantíssimos, conferimos e

tá

É um negócio mais ou menos assim: Raquel trabalha na casa de Pilar e Mundo (sim ,esse é o nome do cara) há 23 anos. Ela criou os dois mais novos, Lucas ,o adolescente punheteiro e Camila, a mais velha que é a única que não tem pena de dizer que Raquel é uma vadia. Pois sim, ela é uma vadia, ainda aquela vadia, que dá um jeitinho de demitir todas as suas ajudantes trancando todas elas do lado de fora da casa, escondendo biscoito de um dos filhos dos seus patrões. Um belo dia chega Lucy, a empregada extrovertida, boa praça e alto astral que aparece pra dar uma balançada na vida cu que Raquel vive.

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O filme pode ser divido em dois. Primeiramente, Raquel nos é apresentada, tímida, quase não fala, porém, possui sua autoridade com as crianças e tem voz ~ativa~ dentro da casa. No entanto, os patrões sempre deixando bem claro que é ela é empregada, mesmo ela se achando da família – é basicamente eu te amo mas fica aí no teu cantinho – ela gosta e desgosta, e apenas o adolescente punheteiro a trata de forma diferenciada. Mas esse primeiro ato não funciona muito bem e até cansa, o bullying dela com as ajudantes se torna chato, o receio da patroa de tomar alguma atitude te faz pensar que tem algum segredo sendo guardado, porém, apenas não funciona, até que aparece Lucy.

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Lucy aparece por conta de um desmaio causado pelo excesso de remédios que Raquel toma e é onde o filme melhora. Lucy serve como o contraponto da mudança de atitude e personalidade da protagonista. A inserção da novata poderia ser péssimo por ser aquele típico caso de aparece a fada madrinha e tudo muda na vida da pessoa e etc, porém, a direção de Silva foi muito eficiente em tratar a aproximação das duas de forma simples e em momento algum forçada. A Criada, então, de um filme aborrecido se transforma num feel good movie, alcançando um humor que até tentou durante o primeiro ato inteiro mas sem sucesso.

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Nas atuações, temos Claudia Celédon se mostrando muitíssimo eficiente em suas cenas de dúvida (mando ou não essa quenga embora da minha casa?) e pena (mas tá tanto tempo aqui, coitada, vou mandar embora logo agora). Mariana Loyola mata a pau, da mesma forma que conquista Raquel, conquista quem assiste com a naturalidade, o espírito livre e os peito caído. Mas tem Catalina Saavedra, que, ó

Durante a primeira e problemática metade ela é o que salva. Impenetrável, fechada pra balanço e (quase) ninguém conseguia tirar algum traço de emoção da personagem, na segunda metade a atuação melhora, pois é quando Raquel começa se mostra muito mais solitária e não tão fechada, especificamente a cena em que ela liga pra mãe, de fazer chorar umas migalhas, e definitivamente todo esse buzz da época em cima de Catalina Saavedra é válido.

A Criada é um filme onde o primeiro ato podia facilmente acabar com todo bom andamento do resto do filme, mas a direção mais intimista Sebastian Silva consegue contornar o filme do completa desgraça e se torna um feel good movie com um final bonitinho e redondinho.

NOTA LEANDRO FERREIRA: 8,0

MÉDIA CLAIRE DANES DO SHITCHAT Claire fazendo cara de paisagem pois não comenta o assunto empregada depois da PEC das domésticas.tumblr_mbl2sp4x8q1qkrm4go1_500

2 respostas em “A Criada

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