Jules e Jim – Uma Mulher para Dois

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(Jules et Jim, Dir. François Truffaut – 1962)

OLAAAAAAAAAAAAAAAAR DOCE CASAL QUE DIANTE DA CONSTRUÇÃO LINDA DO SEU AMOR, CERTAMENTE ESTARÁ PENSANDO QUE ESTE FILME É SAFADEZA E INSPIRAÇÃO PRA COLOCAR MAIS UM PERSONAGEM NA RELAÇÃO PRA APIMENTAR, NEAH? *joga o megafone fora*

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Calma, mulher, sem polêmicas. É quase isso, mas com um toque de glamour típico da Novelle Vague. Truffaut quer ser ousado, quer ser polêmico, quer causar. E faz isso ao produzir um filme que aborda amizade e as peripécias de um triângulo amoroso.

Em Jules e Jim o diretor narra a história de dois amigos inseparáveis, Jules e Jim (claro). O primeiro é gentil, quieto, tímido e romântico; o segundo, extrovertido e adora uma mulher. Em suas andanças pela cidade francesa, eles conhecem Catherine, uma garota que – a princípio – se apresentava com certo ar de pedância, mas com o tempo ela continua pedante só que loka.

#SimSouDoida rs

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Essa característica da Catherine é o que atiça o fogo no piru dos dois amigos. Jules se apaixona de cara e já avisa Jim sobre sua paixão pela moça. Entretanto, isto não impede o segundo de se apaixonar pela moussa, o que cria um elo entre os dois e forma, então, uma relação de amor e amizade entre o trio.

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Truffaut aborda este tema de uma maneira entre um leve toque cômico e o drama voltado aos sentimentos. Jules se apaixona pela garota e, consequentemente, casam-se. Jim mantém o seu amor por Catherine mas, em consideração pelo amigo, guarda consigo este sentimento. Já Catherine possui uma profunda maneira de ver a vida de forma livre e se vê, ao mesmo tempo, à vontade com Jim e entediada com o pensamento machista de Jules. Truffaut consegue desenvolver uma criatividade no filme ao inserir a voz off em respeito ao fato de este ser um trabalho baseado num romance biográfico de Henri-Pierre Roché, o qual retrata lembranças de sua juventude.

Jeanne Moreau é maravilhoooooooooooooorrrsa ao interpretar Catherine, tomando para si todas as atenções do filme com essa personagem diva/mulher/sedutora/amada/samba na cara das francesas/destruidora de corações *aqueles gifs biográficos*. A sua passagem pelo trabalho do Truffaut leva a sua personagem a ser uma das mais importantes das era da Novelle Vague e se torna inspiração para construção de outras personagens femininas posteriormente.

af, quero aprontar. Já sei!

af, quero aprontar. Já sei!

E como com vocês qualquer coisa é nooooooooossa, certamente vão dizer “ai, muita safadeza esse negócio de triângulo amoroso”. Com toda a sua ousadia, Jules e Jim é um filme que samba no recalque da moral e bons costumes da época, onde o tradicionalismo preserva o amor vestido com a opressão machista e a mulher como serva fiel e máquina de gerar filhos. Jules, Jim e Catherine foram a criação de Truffaut para celebrar a vida, a amizade e o amor e se tornaram um dos trios mais cativantes e lembrados na história do cinema.

O filme é ardente, brutal é gozai-vos!  Risos.

NOTA ALEXANDRE ALVES: 10

Felipe Rocha: 10
Tiago Lipka: 10
Rafael Moreira: 10
Marcelle Machado: 9,5

MÉDIA CLAIRE DANES: 9,9: Adorando a ideia de algo a três (#hojetemdeburca)

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Cinzas e Sangue

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(Cendres et Sang, 2009 – Dir. Fanny Ardant)

Um homem e três crianças estão à beira mar, curtindo – digamos – uma tarde, empinando pipa e etc, e, de repente, ele é surpreendido por um carro que o persegue. Amedrontado, pede para que as crianças fujam (seriam seus filhos?), mas são cercados por alguns caras. O cara é alvejado, morto em seguida. As crianças presenciam a morte daquele que seria o pai, e o vermelho forte do sangue entra em contraste com a tonalidade cinza da cena. Esta imagem, que dá forma física ao título do filme, é a ponta solta pra desenrolar a história (ao menos era essa a proposta).

Longe do que é esperado, não é a história dessas crianças, que ao presenciar a morte do pai crescem com sede de vingança, e se tornam jovens arquitetores da morte dos assassinos a grande temática do filme. Cinzas e Sangue é a inauguração de Fanny Ardant como diretora, e inclusive parou no Festival de Cannes de 2009.

“NOOOOOSSA, MAIS UM FILME SOBRE VINGANÇA, NOOOOOOOSSA ESSE POVO GOSTA DE UM FILME DE VENDETTA NOOORRRSSAA…” É um filme sobre vingança? Sim, mas esta é  incorporada na história de vida das famílias tradicionais que o filme, com o decorrer de seu desenvolvimento, apresenta. Narra a história do que restou da família de Valdo após seu assassinato: a viúva Judith, e os seus filhos, atualmente jovens. Para poupar os filhos da sua própria família e da tradição da mesma, Judith se muda com seus filhos para bem longe da corja. Tudo estava numa boa, até que eles são convidados para o casamento de seu sobrinho. Depois de muito “Não vou, não vou, ai não vou”, ela diz:

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VAMOORRRSS

A ida deles para o país natal faz com que os filhos de Judith conheçam suas raízes, assim como os segredos que as famílias escondem. E a presença deles despertam aquelas picuinhas típicas de famílias poderousas e rivais. Ao chegarem, são recepcionados pela estação por um de seus parentes, que recusa o beijo de cumprimento da Judith; no meio da estrada, os filhos da viúva, junto com o tio que acabara de conhecer, tem contato com membros de uma família rival; ao chegarem à mansão são friamente recebidos pela avó… af, um povo muito sem amor no cuore.

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Retire o que disse, sua lambisgoia!

O que se torna presente no filme é a justificativa da festa de casamento para despertar algumas mágoas e intrigas que cercam três famílias, assim como a proteção de uma mãe que não dá certo. Entretanto, o que era para ser um filme bem estruturado dentro do tema, e o que parecia ser diferente de outras produções sobre a mesma temática pois, pior que ser morto por vingança é conviver em torno daqueles que são declarados seus inimigos e estão à espreita esperando por um pouquinho assim pra atacar. Porém, a diretora peca em muito ao não dominar o roteiro e fazer do mesmo um novelão, muitas vezes sem sentido. O filme possui grandes qualidades no que se refere à estética (locações e fotografias awesomes!), mas no que se trata dos segredos revelados, que eram pra ser importantes, e alem disso, os personagens são tão mal explorados, que parecia estar assistindo a qualquer novela de época da G… do SBT.

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Larguei as dorgas, agora sou uma Stark rs

Fanny Ardant estréia como diretora produzindo este filme e, como todo pequeno gafanhoto, tem muito caminho para #trilhar. Quero falar mais não.

NOTA ALEXANDRE ALVES: 5,0

Média Claire Danes: … Hum, ta.

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Sinais

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(Signs, 2002. Dir. M. Night Shyamalan)

Náite Xaimalan é um homem sem limites. Ele não para com o seu plano maligno de destruir a sua mente e sua força de vontade de assistir a um filme dele. E, além disso, ele possui a capacidade de lhe fazer assistir a seu filme todo pelo simples fato de falar mal, e com razão. E isso vai se prolongando ao longo de seu trabalho. Talvez por isso ele seja esse cara com um famoso temperamento arrogante como todo mundo diz.

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Sentindo cheiro das inimigas.

Bom, mas a intenção não é falar sobre Chia-malan, mas sobre mais um de seus filmes e vamos falar sobre Sinais. Produzido em 2002, este filme vem tratar de assuntos que atrairia a atenção de uma certa dupla tão conhecida.

Em Sinais temos  Mel Gibson e Joaquin Phoenix no elenco. Mel Gibson faz o papel do personagem Graham, um reverendo que abandona essa função, por perder a sua esposa, vítima de um acidente de carro onde acabou morrendo. Vive com seus filhos, a menina Bo, interpretada pela Abigail Breslin… A Pequena Miss Sunshine, minha gente, que sofre de TOC (não consegue beber água sem sentir gosto ruim ou encontrar coisas na mesma), Morgan (interpretado por um dos irmãos do aloprado Macaulay Culkin), um menino que possui uma fria relação com o pai após a morte da sua mãe, e seu irmão demente Merrill (este é o papel dado ao Joaquin). Ambos vivem numa fazenda, e é lá onde os principais eventos ocorrem.

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Logo no início Graham é acordado com os gritos de Bo e Morgan, vindos da plantação de milho do reverendo. Ao encontrá-los, Morgan revela ao seu pai o porquê de estarem ali, apontando para o que poderia ser, segundo o garoto, uma ação divina. Imaginando ser alguma ação das inimigas, e com a ajuda da polícia, o reverendo passa a investigar o que ocorreu com a sua propriedade, e Merrill tem um plano maravilhoso pra espantar “alguém” que estava no telhado. Entretanto, os mesmos sinais não aconteciam apenas na fazenda mas em outras partes do mundo. Logo, eles descobriram que não se tratava de uma ação humana, mas que algo bem mais misterioso estava acontecendo.

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A onda de eventos alucinógenos, digo… Estranhos nada mais é que uma invasão alienígena pensada, sonhada e viajada pela mente rica do Shyamalan, que cria este universo para construir personagens que vivem na mesma casa, mas que se encontram isolados após a morte de alguém. O filme peca tanto na atuação (exceto Mel Gibson) e na desconexão de diálogos, como por exemplo no momento em que Graham pede à policial para que pare de lhe chamar de padre, ela pergunta o por quê e ele responde “Eu não ouço os meus filhos”

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HEIN?!

Entretanto, há pontos positivos pra este filme, como os elementos de suspense na medida em que a invasão se aproxima; a maneira em que a câmera é trabalhada durante as filmagens para pegar a amplitude da fazenda, o semblante inexpressivo dos personagens e a sensação de claustrofobia quando todos se refugiam no porão tendo ali um dos acertos do filme, pois Sinais não se trata apenas da presença de seres extraterrestres na Terra, mas da reaproximação de uma família que se encontrava destruída na sua essência após a morte da mulher e mãe, morta por um otário que adivinha quem foooi?

Por fim, Sinais é um filme que foi um alarde no ano em que fora lançado, o assunto ETS estava no auge e, talvez por isso, tenha sido a razão para ter se tornado um sucesso de bilheteria na época (não encontro outra explicação). Também é um filme que passando por uma peneira você consegue perceber coisa boa.

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Se Sinais aponta pequenos milagres na vida das pessoas dentro de eventos incomuns, este foi um dos poucos no trabalho do Shay.

NOTA ALEXANDRE ALVES: 5,0

Dierli M.: 7,0
Felipe Rocha: 2,0
Marcelle Machado: 8,0
Tiago Lipka: 7,5
Wallysson Soares: 8,0

MEDIA CLAIRE DANES: 6,25

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Sexo, Mentiras e Videotape

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(Sex, Lies and Videotape, 1989 – Steven Soderbergh).

Já pensou que louco, um filme cujo título faz jus ao que tem a narrar? Pois então: longe de ser um filme pornô ou com um erotismo exacerbado, este vem jogar à mesa o sexo enquanto ausência, enquanto uma constante frequência ou, porque não, enquanto finalidade terapêutica. Logo, vão guardando as genitálias, pois não é um filme que estimule o cinco contra um.

A história se desenvolve em torno de quatro personagens: Ann, John, Grahan e Cynthia. Ann é uma mulher centrada, voltada aos afazeres domésticos e casada com John, um advogado que acaba de ser promovido em seu escritório. Aparentemente um casal perfeito, mas que se encontram em constante conflito, sobretudo no que diz respeito à vida sexual dos dois: Ann não sente atração pelo marido, não o toca, não sente tesão, não se masturba (em depoimento ao terapeuta, ela fez isso apenas duas vezes em toda a sua vida), ou seja: a mulher é frígida. Essas atitudes de Ann levam John a buscar a “osadia” em outra vizinhança, e vai em Cynthia, irmã da Ann e muito oposta a esta: desinibida, não dá importância ao que pensam sobre si, sobretudo ao que Ann pensa sobre ela, e muito boa de cama (perguntem ao John!). O comportamento de Cynthia intriga Ann, e ela mal sabe que a irmã e o marido guardam segredos embaixo do seu nariz, inclusive se divertem com isso, a ponto de Cynthia querer transar com John na cama do casal.

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O filme vai tomando corpo com a chegada do Grahan, um antigo amigo de John, que chega à cidade para passar uns tempos na casa do casal até encontrar um lugar para morar. O surgimento do Grahan afeta Ann, de acordo com o que ela diz ao terapeuta, e o seu comportamento – à princípio – lhe incomoda mesmo. Entretanto, a aproximação entre Grahan e Ann é gradual, ambos passam a se entender e os diálogos riquíssimos são ponte para compreender que os dois tem algo em comum em relação ao sexo e à ausência do mesmo.

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Falando neste assunto e no personagem Grahan, que possui um passatempo meio que peculiar: entrevistar mulheres e gravar os seus depoimentos no que diz respeito às suas experiências sexuais. Grahan convive com uma frustração devido a um problema voltado ao sexo e sua forma de obter prazer é por meio de seus vídeos. Sem entrar em detalhes (vulgo spoilers) basta dizer que Grahan é um personagem que, ao mesmo tempo se apresenta como um homem carismático, também possui sua personalidade construída em torno de uma fragilidade.

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O filme tem seus altos e baixos. Os diálogos são muito bem desenvolvidos, e cruciais para a aproximação entre os personagens, especialmente os que envolvem Ann e Grahan, inclusive sendo mais ricos em detalhes pois os personagens vão amadurecendo a mente fechada durante o filme. O que peca em Sexo, Mentiras e Videotape é a pouca exploração dos atores, que oscilam momentos bons e ruins em suas atuações. Steven Soderbergh consegue se sair muito bem no trabalho ao desenvolver e dirigir um roteiro profundo e envolvente. De fato, os diálogos são a maior qualidade presente no filme.

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Sexo, Mentiras e Videotape é um filme capaz de provocar e seduzir. Engana-se que é com cenas eróticas; as mentiras reveladas são mais interessantes. GOZAI-VOS (admito, isso foi horrível)!

NOTA ALEXANDRE ALVES: 7,0

Felipe Rocha: 3,0
Tiago Lipka: 9,0

MÉDIA CLAIRE DANES: 6,3 – E aí Clér… Uma filmadinha na performance é bom, neah?

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O Divo

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(Il divo, 2008. Dir. Paolo Sorrentino)

OLÁAAAAAAAAAAAAAAAAAA, você cidadão que se pergunta quando o Brasil vai mudar, quando a política vai melhorar, quem vai dar um tiro nos bigodes do Sarney, ou simplesmente acredita que tá tudo uma bosta governada por porcos infiéis. Tranquilize-se, pois o Shitchat resolveu falar sobre política e dizer que… Ó tá uma bosta mesmo. O texto de hoje é sobre a política italiana e um certo homem chamado Giulio Andreotti.

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Quem?!

Giulio Andreotti.

Este cara simpatissíssimo (só que não) era membro do Partido Democrata Cristão e ocupou por anos e anos o cargo de primeiro-ministro. O divo narra a biografia deste político, interpretado por Tony Servillo, e as acusações sobre seu possível envolvimento com assassinatos e relações com a máfia.

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Andreotti vive cercado de homens e mulheres que desejam se aproximar de seu poder político e aproveitar do mesmo; relações com banqueiros, deputados, delegados, cardeais, padres. Relações com a comunidade carente, que recebe do político dinheiro, alimento, brinquedos (de praxe, né?)… Relações estas que manifestam a maneira como o primeiro ministro constrói  os jogos políticos e induz seus subalternos a fazer o que ele ordena.

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As coisas tomam outro rumo após as eleições para presidente da república, num período em que não havia eleições diretas na Itália, e sim voltada em assembleia pelos deputados. As articulações para que Andreotti seja eleito e as relações de interesse caem por terra ao ver que o primeiro ministro não é eleito.

E o que dizer de Sorrentino? Ele é incrível ao desenvolver um filme cuja construção estética da imagem é composta por planos e enquadramentos harmônicos. Talvez peque um pouco no começo, que é um pouco cansativo de se assistir, mas consegue a atenção espectador em seguida, com uma narrativa levemente cômica, diferente de algumas cinebiografias que existem por aí.  Detalhe para a interpretação do Tony Servillo , que encarna um Giulio Andreotti inexpressivo, sem nenhuma manifestação física diante de sua frustração de ter sido derrotado e traído. Manifesta paciência e sensatez diante das acusações de ter matado aqueles que sabiam demais, e ainda faz a cara blasé.  A câmera é responsável em revelar ao espectador o seu poderio e a vulnerabilidade que todos são vítimas na presença dele. Desde seus capachos políticos à sua esposa, uma relação que é meramente fria e diplomática.

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O divo é retrato de uma política italiana dos anos 90, concentrada nas mãos de um pequeno homem. E se fosse sobre a política brasileira? Aproveito pra me perguntar se tem atores dispostos para atuarem em biografias, como a do Sarn… CENSURADO


NOTA ALEXANDRE ALVES: 9

Felipe Rocha: 7
Tiago Lipka: 8,5

Média Claire Danes do Shitchat: 8,16 – Clér fazendo negócios com a Diva para expandir o blog até a Itália.

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Ladrões de Bicicleta

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(Ladri di biciclette, 1948. Dir. Vittorio de Sica)

Oláaaaaa você que é da nação Facebook/Twitter e adora esperar o domingo chegar só pra falar que depois será segunda-feira e você tem que trabalhar. Filho, agradeça ao papai do céu da boca da onça por você ter trabalho pra pagar as 12 prestações do seu iPhone, pois hoje vamos falar sobre o desemprego.

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Fila pra competir à vaga de estágio pro Blog do Shitchat.

Ladrões de Bicicleta é um dos filmes mais importantes do cinema por ser parte do movimento Neorrealista italiano, iniciado na década de 40. Vittorio de Sica narra uma Itália destruída após a Segunda Guerra, e as pessoas a tendo que sobreviver à crise que existia. Em meio a isso, o filme conta a história de Ricci que, para manter a sua esposa, Maria, e o seu filho, Bruno, sai em busca de trabalho. Dentre tantas buscas, ele encontra o emprego de colagem de cartazes; contudo, para que Ricci conquiste a vaga, ele precisa ter uma bicicleta. E consegue após sua mulher vender o enxoval de casamento para que o esposo compre o transporte. E em companhia de seu filho, Ricci inicia a sua jornada de trabalho.

O que desenrola a trama é o que o título nos apresenta: enquanto Ricci cola cartazes, a bicicleta é roubada. E se ele não tem mais bicicleta, não tem mais trabalho! Daí, em meio ao desespero do risco de voltar ao desemprego, Ricci parte com o filho em busca de seu transporte, ora contando com os amigos, ora (e na maior parte do tempo) sozinho com Bruno. A ansiedade se amplia a cada momento, a agonia tomando conta do homem que vê uma vida melhor escapando de suas mãos.

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Vittorio de Sica se mostra um formidável diretor por dois aspectos: primeiro, por transformar a felicidade de uma família, que está diante de uma mudança de vida por meio do emprego em desespero, o pessimismo diante de uma década marcada pela fome e ações para sobreviver num período pós-guerra. O semblante de sofrimento nos atores é explorado constantemente, e o trabalho com amadores (característica do movimento neorrealista e devido à curta verba para o filme) torna a atuação mais livre, pois os atores se entregavam ao sentimento de perda e angústia que os personagens viviam.

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O segundo aspecto é a situação vista sob o olhar do menino Bruno, que acompanhou o pai, mas demonstrava a característica egocêntrica típica da criança: ele sabe que o pai perdeu a bicicleta, mas ele está com fome, ele está cansado, ele quer ir pra casa. E um dos momentos mais emocionantes do filme é proporcionado pelo Bruno que observa o momento em que seu pai mais se humilha em prol de sua família. Assistimos à criança que vê a angústia e a tentativa desesperada do pai de encontrar a sua bicicleta.

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Enfim, passaria horas falando deste filme. É a reconstrução do momento histórico que a Europa vivenciou; neste período, estúdios acolhiam pessoas que perderam suas casas por conta da guerra. Vittorio de Sica se tornou responsável em recontar através do cinema a sua época: uma história sem rodeios, de uma sociedade marcada pela fome, desespero, marginalidade e esperanças roubadas.

NOTA ALEXANDRE ALVES: 10

Tiago Lipka: 10
Felipe Rocha: 10
Marcelle Machado: 10
Leandro Ferreira: 10
Wallysson (AF, PELO AMOR DE DEUS, TINHA QUE ESTRAGAR TUDO DE NOVO) Soares: 9,5
Ralzinho Carvalho: 10
Fael aos 45 do segundo tempo (estava atualizando Glee) Morenga: 10

MÉDIA CLAIRE DANES: 9,9 – CLAIRE DESFILANDO DE BURCA, PATROUA ORGULHOSA claire de burca

Homem de Ferro 2

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(Iron Man 2 – Dir. Jon Favreau, 2010)

Boa tarde, meu caro pai de família, que acorda cedo pra trabalhar na construção civil, para construir apartamentos luxuosos e você fica apenas a deus dará, esperando o dia de ganhar naquela suada mega sena e ter um desses… apenas digo algo: Vá fazendo sua aposta, pois o próximo milionário pode ser VOCÊ!!

Mas o assunto não é exatamente esse, dessa vez, é um homem milionário que acha que o mundo precisa de seu dinheiro torrado pra produção de tecnologia avançada para o #bem.

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Eu?

Ah, mas é claro que não! Estou falando dele:

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Obrigada

Ok, Tony.

Sim, o playboyzinho mais amado nos últimos tempos retorna para mais uma continuação da #saga Homem de Ferro, com o propósito de trazer paz ao mundo e tentar corrigir alguns reparos que a sua empresa fez à sociedade.

Após analisarem os momentos de ação do Homem de Ferro no filme anterior, as forças armadas dos Estados Unidos nutrem um grande interesse pela armadura do Tony, com a finalidade de utilizá-la em guerra (não, como animador de festa da sua irmã). Além das forças armadas, a sua armadura também é muito cobiçada por Justin Hammer, o antagonista desta continuação. Além disso, ainda aparece Ivan Stanko, o filho de um conhedido do Stark, que nutre um desejo de vingança pelo herói. Ou seja: fudeu, flor.

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O filme é mesclado com doses de humor – aquelas piadas do Tony Stark e o seu explosivo egocentrismo voltado ao fato de ser milionário, que deixaria Marx, Engels, Lenin, Trotsky, Rosa Luxemburgo e toda Liga Comunista espumando de raiva -, cenas de luta e caprichados efeitos especiais, o que é bem característico aos filmes do gênero (claro, porque uma coisa tem que agradar quem leu o HQ de cabo a rabo e assiste ao filme apenas pra comparar, mas, cara, é só um filme!). Quanto às piadas, é bom ter momentos de #rysos, mas parece que derramaram uma carreta de piadas à la facebook neste filme que lhe deixa com essa cara de brisa (pelo menos a minha).

Momento macho do filme: Scarlett Johansson. Altamente sexy sem ser vulgar, deixando a personagem da Gwyneth Paltrow pra trás. E, sim, se tem a participação da Viuva negra, da S.H.I.E.L.D, desde o início da década passada é dada a ideia de que Os Vingadores iria existir no #futuro (dã).

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Mirando na Giuelt Patrol hihihi (Como é mesmo que escreve, Tony?)

É apenas o que tenho a dizer: Depois das produções mornas de Homem de Ferro 1 e 2… O que esperar desse 3, pela misericórdia do Senhor Jesus que morreu para nos salvar do pecado original? Atire a primeira pedra quem der um 10.

NOTA ALEXANDRE ALVES: 4,0

Filips: 3,0
Chá: 4,0
Marcelha: 5,0
Fael Morenga: 4,0
Thiago Lhipka: 7,0
Wallita: 7,5

Média Claire Danes do ShitChat: 4,92 – Chatiada com o sistema neoliberal onde tem gente passando fome, enquanto Tony Stark gasta dinheiro com cosplay. claire 3 a 5

Oz: Mágico e Poderoso

(Oz : The Great And Powerfull – Dir. Sam Raimi)

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A moda agora é voltada às produções baseadas nos clássicos. Branca de neve, Alice no país das maravilhas, João e Maria… E agora é nada mais, nada menos, que uma explicação para a obra O mágico de Oz. Mas por quê?

Nhaim, por que?

Nhaim, por que?

Em Oz: Mágico e Poderoso, a trama gira em torno da ruptura com o que o clássico trouxe no fim da década de 30: a história de uma garota inocente e o seu cachorro que, em sua casa voando por conta de um redemoinho, vai parar num mundo fantástico, na companhia de um leão medroso, um espantalho e um homem de lata que não possuía um coração. Ok Dorothy, senta lá que agora você não é a estrela.

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Neste novo filme se desenvolve o prelúdio para o clássico; uma produção que busca dar uma explicação e uma origem à uma história já contada (mais uma moda que tem lucrado no mundo hollywoodiano). Na história, Oz é como costumam chamar o mágico Oscar Diggs, interpretado por James Franco, que usa das manhas e picaretagens para fazer dinheiro no circo itinerante. Após entrar numa briga, foge em seu balão, mas acaba sendo levado por meio de um furacão à terra de Oz. Neste lugar, o rei morre, o trono está vazio e o mesmo é disputado por três feiticeiras: a maligna da Evanora, interpretada pela gacta Rachel Weisz; a feiticeira boazinha Glinda, interpretada pela Michelle Willians; e a Theodora, interpretada pela “ardente” Mila Kunis (GOZAI-VOS!).

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O que ocorre é que o pai da Glinda profetiza, antes de sua morte, que um mago viria para a Cidade das Esmeraldas, e livraria o mundo das mãos da Evanora. Aí Oz aparece, todos acham que ele é o cumpridor da tal profecia. Aqueles clichês dos roteiros já conhecidos, como Alice, entre outros: lhe é dada uma missão, a pessoa nega, aceita, enfrenta monstros, seres fantásticos, magia, a opressão de uma bruxa, e o final feliz.

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E aí, boneca?

Se Oz peca em falta de criatividade em seu roteiro, ele acerta na estética: ao iniciar o filme em preto e branco, nos remete à ligação entre o clássico e a produção atual. Outro acerto é a mensagem que passa no que se refere ao acreditar em si mesmo. Da mesma forma que Dorothy esclarece ao leão, espantalho e boneco de lata que as condições que estes desejavam já encontravam dentro de si, Oscar Diggs descobre que dentro de si há o potencial para libertar o mundo de Oz.

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Por fim, Oz é um mago. Tá, ok; torna-se mágico e poderoso na medida em que o filme se desenvolve. Mas aconselho mesmo a ir até o clássico Mágico de Oz. Aproveita e ponha Darkside of the moon, da banda Pink Floyd, pra tocar e prove aí pra mim se eles tem mesmo a tal sincronia entre cena e música, pois sou curiosíssimo quanto a isso. Valeu.

MEDIA ALEXANDRE ALVES: 6,5

Dierle Santos: 7,5

MEDIA CLAIRE DANES: 7,0 (Claire de Oz).claire danes sorrisinho

 

Amigos Inseparáveis

(Stand up Guys – Dir. Fisher Stevens)

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Já vem sendo um hábito o lançamento de produções com a finalidade de ganhar dinheiro com reencontro entre atores conhecidos de longa data: As duas faces da lei, Os mercenários, entre tantos. Fugindo do gênero policial, ação, pancadaria e músculos, temos mais um filme de reencontro, mas dessa vez o tema é a #amizade.

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Trata-se de um filme de encontros. Não só dos atores Al Pacino e Christopher Walken, mas do reencontro de dois personagens que foram parceiros de crimes e grandes amigos de longa data que se reaproximam em tempos de velhice. Este é o início do filme Amigos inseparáveis (títulos brasileiros: destruindo filmes deste a época em que a minha vozinha ainda era virgem).

Doc é um aposentado que, como ele diz, ocupa o seu tempo pintando o por do sol, dormindo, relaxando, procurando alimentar bem, ao passo que o personagem do Al Pacino, chamado Valentine, é um velho presidiário que acaba de entrar em liberdade condicional. Doc vai em busca de Val, acolhendo-o em sua casa, um apartamento velho, bagunçado e alojado nos subúrbios de Nova Iorque.

Acontece que além do Doc reencontrar seu amigo, ele foi contratado pra matar Valentine. E foi contratado por alguém muuuuito conhecido:

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O chefão Handclaps perdeu seu único filho, acusando Val de tê-lo matado. Assim, Doc e Val resolvem curtir a noite antes do serviço feito: vão a bordéis, assaltam farmácia, vão a bares, retornam ao bordel, vão ao hospital, roubam um carro, resgatam um velho amigo de um asilo (Alan Arkin) e, de quebra, salva uma garota.

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De boas, indo brincar de quebrar nozes. ^_^

O filme causa uma certa estranheza (pelo menos a mim, diante de certos preconceitos a filmes que forçam encontro de atores clássicos em filmes pipoca), pois se desenvolve numa narrativa direta, sem rodeios e bem interessante. Faz questão de nos poupar de assistir a uma comédia com piadas escrachadas e desnecessárias, dando bons momentos de humor e dosando com bons momentos dramáticos, narrando o reencontro de dois amigos e a possibilidade de viverem a sua velhice e uma amizade solidificada antes de concluir o serviço, assim como a relação dos personagens de Christopher Walken e a linda da Addison Timlin

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Foda-se Californication, agora sou garçonete.

Por fim, Stand up guys não é uma comédia forçada: narra a relação de amizade em tempos de velhice, abrindo mão da fralda geriátrica em prol de envelhecer em grande estilo, com viagras, crimes e #amizade. Ah, e até Bon Jovi ajuda com suas músicas. Ótima lição para quem quer envelhecer bem.

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#Fikdik

NOTA ALEXANDRE ALVES: 7,5

Média Claire Danes do Shitchat – Claire louquinha apresentando seu amigo acima dos 60.

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A Morte Passou por Perto

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(Killer’s Kiss – Dir. Stanley Kubrick – 1955)

Um homem na estação de trem, fumando seu cigarro. Malas ao seu lado, dá a ideia de esperar o seu trem. Este é Davey Gordon, e ele está prestes a contar a sua experiência com um killer’s kiss.

Gordon é um veterano lutador de boxe, e #breve irá encarar uma luta que vai garantir o título de campeão. Ocorre que Davey não vai muito bem nos boxes e acaba perdendo mais essa para um lutador de peso médio. Frustrado, ele aceita o pedido do tio para que ele retorne para Seattle e procure iniciar uma nova vida, incluindo trabalhar, né? Enfim…

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af, aomilhadissimo.

No meio disso, tem o fato de que ele é vizinho de janela da Gloria, minha gente! Uma dançarina, acompanhante, essas coisas. E a aproximação entre os dois se dá no momento em que ele ouve seus gritos e presencia a garota sendo atacada por seu patrão Vicent Rapello, que também é seu amante. Isso dá margem para que Davey se apaixone por Gloria, ela retribui e Rapello fica mordidinho da Silva.

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Apresentados os personagens, o jovem Kubrick joga pro espectador as consequências da interação entre o lutador e a ex dançarina: há o namoro dos dois, o doentio desejo de posse do patrão, e a possibilidade de que Davey inicie uma vida nova com Gloria. Isso se desenrola para que se coloque uma morte no meio, quando Rapello pede para que seus capangas deem um jeito em Davey. Acontece que (digamos uma sorte diante do azar), uma dupla de bêbados, dançando uma música irritante produzida por uma gaita, rouba o cachecol do Davey e este os persegue, e o empresário do lutador chega na hora errada, sendo confundido com o lutador pelos capangas. Detalhe, esse morre. Outro ponto: Davey vai buscar Gloria em seu apartamento, e dá de cara com o mesmo vazio, sem a presença dela. E, ainda, é acusado de ter sido o assassino de seu empresário. Ou seja: a casa caiu.

A morte passou por perto, mesmo com uma narrativa, digamos, um pouco irregular, possui momentos interessantíssimos. Para um diretor jovem, momentos valiosos são detectados no filme, como o momento em que Gloria conta ao Davey a sua relação com o seu pai e sua irmã, revelando uma personagem fragilizada, assim como a luta entre Davey e Rapello, num cenário tipicamente psicodélico, que é o salão repleto de manequins. Mesmo com pouco dinheiro, ele consegue fazer coisas maravilhosas com a câmera, desde novinho ele já sabia o que era um enquadramento crocante e belas fotografias desenvolvidas com jogo de câmera e luz.

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Tô gata neste plano? Ah, brigada!

Enfim… A morte passou por perto é um bom filme do Kubrick com seus 26 anos de idade; de um jovem inexperiente no trabalho com produção e direção, mas que já seria a promessa pro cinema e que estava perto de se consagrar como um dos maiores diretores da história do cinema com The killing, seu filme posterior. No mais, 26 anos… Jovenzinhos, reflitam sobre o que vocês estão fazendo com suas vidas.

NOTA ALEXANDRE ALVES: 8,0
Felipe Rocha: 7,5
Marcelle Machado: 7,5
Tiago Lipka: 7,5
Wallyson Soares: 7,5

Média Claire Danes: 7,6

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